33 boleros inesquecíveis

Quando os discos de vinil começaram a ser substituídos por cd, minha tia comprou uma coleção para ficar tocando nas festas aqui de casa. Tinha Ray Conniff, Kenny G (não su-por-to!), Richard Clayderman e o bendito cd dos 33 boleros inesquecíveis.

Como eu estava na fase “Não quero estudar inglês e sim espanhol” (que veio logo após a fase do não quero inglês e sim francês) eu escutava aquele cd sem parar. De todos os que haviam na coleção era um dos únicos que se salvavam. Sei todas as músicas de cor, em meu indefectível espanhol inventado. Dançava aquelas músicas na frente do espelho como uma adolescente dança hoje Shakira. E apesar de eu ter sido uma adolescente dentuça, que usava óculos e tudo mais, eu conseguia a proeza de “me achar”!!  É sério! Me achava linda e poderosa dançando aqueles boleros todos.

A capa do cd era de uma breguice que só: poderia ficar horas aqui descrevendo o vestido dourado da mulher, junto a um homem, que pelamordedeus, não ficaria nem que fosse o último na face da Terra. Toda essa “beleza” com uma praia ao fundo e um piano com um candelabro em cima.

Minha adolescência foi muito legal!  Acho que vivi bem aquele período, então posso ficar tranquila que não vou chegar aos quarenta querendo ter 16. Hoje vivo feliz com os meus 30 anos (embora deva confessar que aprendi a dancinha “single ladies” da Beyoncé   :/) Mas juro, juro mesmo, que isso ninguém vai ver, pois tenho um pouco de noção do ridículo. Tive também uma fase grunge, que contarei algum outro dia, mas por enquanto deixo vocês com 2 dos 33 boleros inesquecíveis:

QUIZAS QUIZAS QUIZAS
Estás perdiendo el tiempo / Pensando, pensando
Por lo que más tú quieras / ¿Hasta cuándo? ¿Hasta cuándo?
Y así pasan los días / Y yo, desesperando
Y tú, tú contestando / Quizás, quizás, quizás

DEUDA
Sé que sufrirás / porque tu hiciste sufrir mi corazón /es una deuda que tienes que pagar
como se pagan las deudas del amor / no, no voy a llorar /porque la vida es la escuela del dolor
donde se aprende a sufrir y a soportar las penas de una cruel desilusión

Gente, agora, prestando atenção nas letras, é que eu vi comos eles são passionais, não? Tudo é um amor impossível, fatalista e cruel! Que ímpeto! Socorro! Mas quem de nós já não teve um namorado fatalista que disse que ia se matar por nós? Todas, né!? E no entanto eles estão aí vivinhos da silva. De qualquer forma, ganhariam um bom dindin se resolvessem escrever uns boleros..   :D